Pesquisando alguns dos mais confiáveis dicionários da nossa língua Portuguesa, verifiquei que a maioria destes concorda de que o termo escolhido expressa “o ato de ir de um a outro lugar, relativamente afastado” ou, até, “qualquer experiência causada através de transcursos mentais, tais como pensamentos e/ou alucinações”.
Ou seja, o termo equivaleria ao processo de “deslocação” corporal / física, efetuada por uma pessoa, entre dois núcleos quaisquer (como por exemplo, cidades, países, regiões, etc.) ou, mesmo, entre dois estados mentais / psíquicos.
Lembrando, em tempo, de que outros seres vivos (animais, insetos, bactérias, etc.) também têm a prerrogativa de desenvolver uma VIAGEM (considerando as particularidades específicas à condição de cada uma destas espécies), sem esquecer a utilização esporádica do mesmo vocábulo / conceito quando este é aplicado à “deslocação” eventual de objetos, coisas, meios de transporte, entre outros (por exemplo: “este ônibus efetuou várias viagens”, “este vírus viajou através do complexo sanguíneo”, “esta encomenda viajou meio mundo antes de chegar ao seu destino”, “a luz viaja a uma velocidade de 300 mil km por segundo”,etc.).
Curioso e tentando descobrir a origem etimológica deste mesmo vocábulo, acabei esbarrando no resultado de um trabalho elaborado por Deonísio da Silva (professor e escritor Brasileiro) no qual este afirma que a palavra viagem procede do dialeto Provençal viatge (adotado pelo nosso idioma por volta do século XIII) com uma provável origem do latim viaticum (que o mesmo autor supõe ter raízes em Roma para denominar “provisões de viagem”) e que, por sua vez, traz o prefixo via que corresponderia ao conceito de “caminho”.
VIAGEM é um substantivo feminino que tenta conceituar o ato de se deslocar de um lugar a outro, transformando este deslocamento numa autêntica “jornada”. Alguns outros estudos associam a palavra ao espaço a ser percorrido durante um determinado deslocamento.
Gírias associam também o termo às experiências advindas através do consumo de alucinógenos que afetam percepções sensoriais e que alteram as condições funcionais do nosso cérebro e de suas respectivas redes neurais.
VIAJAR seria, portanto, a conjugação da própria VIAGEM em si (verbalizando a efetiva realização do processo de “deslocação” acima mencionado) e VIAJANTE definiria o elemento e/ou indivíduo / sujeito que praticasse a ação aqui em questão.
Em nosso cotidiano, utilizamos o vernáculo acrescido de um adjetivo para caracterizar tipos ou formas de viagens tais como viagens nacionais (ou domésticas), viagens internacionais, viagens por via aérea (viagens aéreas), viagens terrestres, viagens rodoviárias, viagens ferroviárias, viagens marítimas ou fluviais, viagens de lazer, viagens de caráter profissional, viagens de estudo, viagens de familiarização, viagens de reconhecimento ou inspeção, entre outras centenas de denominações que visam qualificar e/ou reconhecer o perfil de cada modelo de viagem. Referimo-nos, também, às “viagens de Gulliver”, às “viagens de Marco Polo”, “as viagens de Cristovão Colombo”, etc.
Há quem diga que “viajamos” de um estado de saúde para outro. Isto é, hoje estamos bem e, no dia seguinte, estamos com febre alta e um baita mal estar.
Quando alguém se “desloca” de um assunto para outro, é comum dizer que este alguém está “viajando” e, quando este mesmo alguém “transcende” a coerência, algumas pessoas (com uma mordaz pitada de humor) dizem que o mesmo está “viajando na maionese”.
Ontem mesmo, escutei alguém pedir “uma pizza para viagem”! Ouvi dizer, nas minhas andanças, que o melhor da viagem entre dois núcleos está inserido na própria travessia do percurso.
E, é evidente, que eu não deixaria de mencionar a Agência de VIAGEM (ou Agência de Viagens) e o próprio Agente de Viagens que se constitui no profissional habilitado e qualificado que oferece assessoria ao viajante, cuidando e coordenando cada e todos os detalhes a fim de garantir, a este último, uma viagem perfeita, tranqüila e sem contratempos, de acordo às suas necessidades e expectativas.
Para concluir, eu diria que “viajar” consiste no perfazer / na concretização de um trajeto entre dois pontos / núcleos e/ou entre duas “condições”, por meio físico, mental e/ou espiritual.
Não resta dúvida: viajar faz bem ao corpo e à alma e enriquece a nossa existência com experiências muito além das convencionais. A viagem nos presenteia com valiosos conhecimentos e invade o nosso coração com emoções inesquecíveis.
E quem não ouviu dizer que ...“a própria vida é uma grande e divina viagem”!
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